Defesa de Adarico Negromonte Filho alega que não há provas para prisão.
Em documento entregue à Justiça, ele diz que não foi procurado em casa.
A defesa de Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), apresentou nesta terça-feira (18) à Justiça Federal do Paraná pedido de revogação de sua prisão temporária. Apontado pela Polícia Federal como responsável pelo transporte de propinas em malas, ele é o último foragido da nova fase da Operação Lava Jato.
Na petição, os advogados alegam que, na última sexta-feira (14) – dia em que foi deflagrada a última etapa da operação policial –, Negromonte Filho não foi procurado em sua residência. Por este motivo, argumenta a defesa, ele "não pode ser considerado foragido da Justiça".
"De tal modo, visto que o requerente não foi procurado pela Polícia Federal em sua casa na cidade de Registro (SP), local onde reside por mais de 30 (trinta) anos, não pode ser considerado como foragido da Justiça", contesta a defesa de Negromonte Filho.
Além disso, os advogados de Negromonte Filho ressaltam no documento que seu cliente não trabalha ou trabalhou nas empresas que são alvo da Lava Jato nem tem relação com os demais investigados. Segundo a defesa, sua prisão "não se mostra imprescindível".
Os advogados afirmam ainda que Negromonte Filho tomou conhecimento de que era considerado foragido "pelos noticiários" e que sua prisão "não se mostra imprescindível para assegurar a colheita de provas", já que seu cliente não trabalha "ou tampouco trabalhou" em nenhuma das empresas investigadas.
O lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção que atuava na Petrobras e que também era considerado foragido pela Justiça, se entregou na tarde desta terça-feira (18), em Curitiba. O advogado Mário de Oliveira Filho afirmou na segunda (17) que o cliente é usado como "bode expiatório" na operação.
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Engevix
Em outra petição apresentada nesta tarde à Justiça, os advogados do ex-diretor da Engevix, Luiz Roberto Pereira, afirmam que o cliente está à disposição para prestar esclarecimentos. Ele foi alvo de mandado de condução coercitiva durante a operação. A defesa afirma que ele estava de férias com a família em Miami.
Esta última fase da Lava Jato teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras, que apenas com a Petrobras mantêm contratos que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob avaliação da Receita Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal.
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Ao todo, foram expedidos 85 mandados em cidades do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal.
Além dos presos em prisão temporária, outros seis investigados foram alvo de mandados de prisões preventivas (sem prazo determinado). Segundo a Justiça Federal, eles permanecerão presos na Superintendência da PF em Curitiba até que o juiz Sérgio Moro solicite a transferência deles para um presídio no estado do Paraná.
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