DESCASO »Veterinário alerta para um problema de saúde pública
Publicação: 09/08/2014 08:48 Atualização: 09/08/2014 08:58
No começo da Avenida dos Africanos há uma centena de gatos abandonados |
Animais abandonados fazem parte do atual cenário de São Luís. A equipe de O Imparcial esteve em alguns pontos da cidade como Anel Viário, Mercado do Peixe e Avenida dos Africanos e encontrou diversos bichos soltos. No começo da Avenida dos Africanos há uma centena de gatos abandonados, alguns machucados, representando um risco a saúde da população. Nas feiras a situação não é muito diferente. Cachorros e gatos sarnentos ou machucados se misturam em meio as pessoas que fazem compras.
De acordo com informações do Centro de Controle de Zoonoses de São Luís (CCZ), através da Secretaria Municipal de Saúde, o número de animais vacinados é 131.259 de setembro de 2013 até o primeiro semestre de 2014. Estão sendo realizadas ações preventivas para a proteção dos animais.
De acordo com o presidente da Associação Maranhense em Defesa dos Animais (Amada), Leandro Alvin, os animais que estão na rua estão propensos a transmitir todos os tipos de doenças à população, é uma ameaça a população, pois não são imunizados, nem higienizados. O foco da Amada é o bem estar, proteção e campanha de vacina em massa para os animais domésticos, é um trabalho preventivo.
Para ele além da falta de empenho do poder público, há uma falta de conscientização das pessoas que compram e adotam os animais. “Tem que ter um lugar para levar esses animais, cuidar daqueles que ainda podem ficar bom e sacrificar os que já não tem mais jeito. O CCZ deixou de receber os animais há mais de um ano alegando uma reforma que já dura há mais de um ano” desabafou Leandro.
O foco da Amada é o bem estar, proteção e campanha de vacina em massa para os animais domésticos, é um trabalho preventivo.
A permanência destes animais na rua oferece aos humanos riscos de ser contagiado por algumas doenças perigosas que podem ser transmitida pelo animal para o ser humano, como por exemplo, raiva, micose, leptospirose, doença de lyme e ancilostomose. De acordo com a veterinária, Fabiana Grecco, a raiva é uma delas, uma doença grave e letal, causada por um vírus que infecta os mamíferos.
O vírus é eliminado principalmente pela saliva e pode ser transmitido através de mordida e arranhadura de mamíferos já contaminados. Todos os cães e gatos são susceptíveis a infecção, independente da idade se não estiverem vacinados. Na maioria dos casos humanos, a transmissão ocorre através de cães e gatos, devido à maior proximidade por serem animais de companhia, por isso a importância da vacinação. A imunização de filhotes deve iniciar aos três meses de vida e continuar regularmente com reforços anuais quando adulto.
“Por meio da vacina, você protege não somente seu cão ou gato, como também, todas as pessoas que mantêm contato com ele. A vacina pode ser encontrada nas clínicas veterinárias ou em campanhas públicas” falou a veterinária.
Segundo Fabiana, a melhor forma de prevenção e controle da raiva é a vacinação. E também evitar contato com animais desconhecidos e com suspeita da doença é uma conduta importante na preservação da saúde.
Sintomas da Raiva
De acordo com a veterinária, inicialmente os cachorros e gatos infectados podem não apresentar nenhum sintoma, mas mesmo podem transmitir a doença para as pessoas em caso de mordida. Os sintomas de um cão ou gato infectado são: mudanças de comportamento (irritação, agressividade, inquietação, andar sem rumo), salivação, dificuldade para engolir (água ou alimento), incoordenação motora, paralisia das patas traseiras e alteração no latido. A doença é aguda e possui evolução rápida, levando o animal à morte em aproximadamente sete dias. A confirmação do diagnóstico é feita somente através de exame específico (pós morte).
Já o homem pode contrair a doença principalmente através do contato com a saliva de um animal infectado. Os sintomas iniciais da raiva podem ser febre e muitas vezes dor, formigamento, pontadas ou sensação de queimação no local da mordida do cachorro, por exemplo. Importante salientar, em caso de mordida de qualquer animal suspeito a pessoa deve procurar um posto de saúde imediatamente para ser avaliado por um médico. Nas pessoas o tempo que a doença demora em se manifestar costuma ser de um a três meses, podendo variar de uma semana a um ano. O desenvolvimento da doença pode atingir o sistema nervoso central e medula óssea causando paralisia e morte.
A veterinária orienta que em caso de suspeita da doença em um animal, um médico veterinário deve ser contato imediatamente. A raiva não possui cura e é uma doença fatal. Não há tratamento e o animal infectado certamente irá a óbito. Não é permitido tentativa de tratamento cães. O animal infectado pela raiva, em fase inicial, mesmo sem sintomas, já elimina o vírus, sendo uma importante fonte de infecção e risco para a saúde humana e de outros animais.
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