LEI SECA »
Através das redes sociais, eles trocam informações sobre blitz nas ruas e comunicam os amigos em grupos. Mesmo a PM tentando ser ágil e mudar de lugar para surpreendê-los, muitos ainda conseguem despistar
Publicação: 22/08/2014 16:35 Atualização: 23/08/2014 22:07 - O Imparcial
Milhares de motoristas que andam irregulares hoje em dia têm um grande aliado para ajudá-los a fugir das Blitz espalhadas pelas cidades. Por estarem com as Carteiras Nacional de Habilitação (CNH) vencidas, documento do carro em débito, ou sob o efeito de álcool, motoristas encontram em aplicativos para celular saídas para não caírem em uma barreira feita por agente de trânsito ou policiais.
Um motorista, que não quis se identificar, disse que está com o documento do carro em atraso há 2 meses e, por não ter condições ainda de regularizar, acha que a saída é utilizar um aplicativo chamado Waze para não ser pego em uma Blitz.
Outra motorista, que também não quis ser identificada, conta que sempre recebe em seus grupos no Whatsapp informações sobre os pontos de blitz na capital e confessa que costuma compartilhar.
“Sempre recebo mensagens e até fotos, mostrando que a cidade esta cercada de blitz. Sempre compartilho com os amigos, mesmo não concordando. Eu sei que isso acaba beneficiando pessoas que dirigem embreagadas e podem causar algum tipo de acidente no trânsito”, disse a motorista. Ela contou que nunca fugiu ou desviou de uma blitz, até mesmo por que não dirigi se tiver com o veiculo ou a carteira irregular.
Aplicativo
O Waze é um aplicativo de GPS gratuito que pode ser baixado na App Store. Além das funções esperadas, o Waze é excelente pois traz informações sobre o transito em tempo real. É possível saber se o transito na sua rota ou próximo a ela está lento, engarrafado, se houve algum acidente ou ainda se existem policiais ou radares no seu caminho.
Trace uma rota para qualquer destino e o aplicativo lhe orienta através de informações na tela e orientações por voz, avisando quando e onde virar. Se por acaso perder a entrada de uma rua, o sistema recalcula a rota e lhe da um novo caminho.
Lembrando que o aplicativo é é para avisar o motorista onde existe blitz e sim, informações do trânsito em geral, pelo GPS.
O popular Whatsapp, usado muitas vezes para espalhar informações, é também usado como arma a favor dos motoristas irregulares. O aplicativo disponibiliza uma interatividade de forma instantânea. Quanto maior for a velocidade da internet, mas rápido chega a informação e mais os motoristas irregulares conseguem desviar das blitz. Os usuários que passam pelas barreiras de fiscalização tiram fotos e rapidamente divulgam para seus grupos de amigos. Rapidamente milhares de pessoas têm acesso à informação.
Divulgar informações sobre blitz é crime
Para o advogado especialista em direito digital, a prática de divulgar informações sobre blitzes de trânsito pode ser considerada um ato criminoso com base no artigo 265 do Código Penal. Pelo texto, o ato é tido como um atentado contra a segurança ou o funcionamento de qualquer outro serviço de segurança pública. Controlar a violação, no entanto, ainda é um desafio. Exercer o controle e sanar o problema esbarra na dificuldade de operacionalização do processo, já que as informações no ambiente virtual são pulverizadas e existem milhares de pessoas acessando e postando nessas contas nas redes sociais. Investigar todas essas pessoas seria impossível.
Fiscalização
Para o comandante do policiamento rodoviário, Major Augusto Magalhães, o uso de aplicativos atrapalha muito a ação das operações, principalmente quando os motoristas saem de festas alcoolizados e recorrem ao aplicativo para não passarem pelos locais de barreiras.
Para o comandante do policiamento rodoviário, Major Augusto Magalhães, o uso de aplicativos atrapalha muito a ação das operações, principalmente quando os motoristas saem de festas alcoolizados e recorrem ao aplicativo para não passarem pelos locais de barreiras.
“O nosso objetivo não é flagrar ninguém que ande irregular. Nós queremos sim tirar de circulação aqueles que dirigem sob o efeito de bebida alcoólica, pois o resultado dessa combinação perigosa pode ser trágico até com as pessoas que não tem nada a ver. Agora se o veiculo estiver irregular e sem condições de estar nas ruas, nós não iremos aceitar, o que queremos é uma educação no trânsito”, disse o major.
Ainda segundo o major, os órgãos públicos podem recorrer a uma ação judicial caso o Waze ou o Whatsapp atrapalhe ainda mais o trabalho da polícia.
A operação Lei Seca continua neste fim de semana pelas principais avenidas da capital, onde serão montadas barreiras policiais em pontos estratégicos para fazer a abordagem dos condutores. Durante as operações, os policiais ainda utilizarão bafômetros para impedir que motoristas circulem sob o efeito de bebida alcoólica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários geram responsabilidade. Portanto, não ofenda, difame ou dscrimine. Gratos pela contribuição.