Em 10/6/2015 às 16h31 (Atualizado em 10/6/2015 às 17h14) - De R7 (Reprodução)
Cerca de 50 manifestantes estavam no local. Nova reunião foi marcada para quarta-feira (17)
Confusão na Câmara provocou o adiamento da discussão sobre a redução da maioridade penal. Nova reunião será na quarta (17)
Lucio Bernardo Jr./10.06.2015//Câmara dos Deputados
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a redução da
maioridade penal teve a sessão desta quarta-feira (10) suspensa por
causa de uma confusão que envolveu manifestantes e seguranças da Casa.
Os seguranças da Casa atiraram spray de pimenta nos manifestantes, mas o
gás se alastrou pelo local.
Cerca de 50 membros da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da Ubes
(União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) estavam no local para
protestar contra a proposta.
A sessão chegou a ser reaberta em outro plenário, mas um pedido de
vista coletivo adiou a votação da proposta para a próxima quarta-feira
(17). O encontro deverá ocorrer em reunião fechada, devido aos
protestos.
O relator da PEC da Maioridade Penal, deputado Laerte Bessa (PR-DF),
acusou os próprios parlamentares de incentivarem o clima tenso na
sessão.
— O incentivo para alguns parlamentares para que a baderna se tornasse aqui dentro é o que tornou esse pânico.
A presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Carina Vitral, acusou os policiais legislativos de serem truculentos.
— Assim está a ciência da Casa Legislativa que fez com que jogassem
spray de pimenta em uma sala fechada, onde tinha uma série de
parlamentares, representantes de movimentos sociais e da imprensa.
O presidente da comissão, deputado André Moura (PSC-SE), culpou os
manifestantes pela confusão. Ele afirmou que vai apurar a conduta da
Polícia Legislativa.
— Eu sempre permiti, desde o primeiro dia de trabalho da comissão, a
participação de todos. Nunca foi restrito o acesso a ninguém. Inclusive
hoje.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que a ação da polícia foi
exagerada e acusou Moura e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) pela ação dos seguranças.
— Eu responsabilizo o presidente André Moura e o presidente Eduardo Cunha pelo que aconteceu neste plenário.
Entenda o caso
A confusão começou quando o deputado Vitor Valim (PMDB-CE) reclamou das
vaias dos manifestantes, que ocuparam os lugares dos deputados.
A pedido do presidente da comissão, deputado Andre Moura (PSC-SE), a
segurança legislativa foi chamada para retirar os manifestantes da
sala.
Houve bate-boca e empurrões, inclusive envolvendo parlamentares. Diante
das dificuldades de retirar manifestantes, que gritavam palavras de
ordem contra os parlamentares, os seguranças lançaram spray de pimenta
dentro da sala.
O gás atingiu a todos — parlamentares, manifestantes, jornalistas e
assessores — inclusive nos corredores das comissões. Pelo menos um dos
atingidos foi levado para atendimento médico. O jornalista Thiago
Nolasco, do SBT, afirmou que teve seu celular furtado durante a
confusão.
Os bombeiros foram chamados para fazerem atendimentos, já que as
vítimas tossiam, não conseguiam respirar e apresentavam olhos
vermelhos.
Após o episódio, os manifestantes gritavam "Fora Cunha" e acusavam a polícia legislativa de truculência.
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