11 de julho de 2016 - de Folha do Bico (Reprodução)
Os dados do primeiro semestre de 2016 indicam que 34 crianças e adolescentes foram assassinadas no Tocantins, uma média de seis homicídios por mês. Em 2015, o total de assassinatos foi de 73 crianças e jovens, de acordo com Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Os números indicam mortes por arma de fogo e objeto cortante ou penetrante. Em sua maioria, as vítimas são do sexo masculino e de cor/raça declarada parda.
Aos 38 anos de idade, uma mãe que não deseja ser identificada perdeu o filho no interior do Tocantins. De acordo com ela, o jovem foi executado após cumprir pena no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) em Palmas. “Ele cometeu ato infracional aos 16 anos e foi apreendido por isso. Passou alguns meses no Case de Araguaína onde praticava atividades e frequentava a escola, mas logo foi transferido para o centro de Palmas e lá tiraram a humanidade do meu filho”, conta.
A mãe relata que após um ano e um mês no Case de Palmas, o filho foi para o interior do Estado, pois haviam dito que sua cabeça estaria a prêmio. “Ofereceram recompensa pela cabeça do meu filho. Dez dias após completar 18 anos, mataram ele com cinco tiros. Se ele estivesse envolvido com algo errado, por que não o prenderam? Pra que matar?”, questiona a mãe, ao relatar que ele não apresentou resistência ao ser abordado. “Ele já vinha falando que seria morto. Às vezes eu ia visitá-lo e o encontrava no mato, acuado, com medo de ser encontrado. Isso é devastador. Me sinto humilhada”, desabafa.
Estudo
Um estudo divulgado no fim de junho aponta o Brasil em terceiro lugar em homicídios de crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos. A série Mapa da Violência do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz apontou uma média de 29 crianças e adolescentes assassinadas por dia em 2013, último ano com dados disponíveis, um total de 10.520 homicídios. Os dados são do SIM do Ministério da Saúde.
Apesar de ser o estado com menor taxa de homicídios nessa faixa etária no país, o Tocantins possui dados considerados epidêmicos para as Organizações das Nações Unidas (ONU): são 11,4 homicídios por 100 mil adolescentes de 16 e 17 anos. De acordo com a ONU, o patamar é de 10/100 mil habitantes.
Segundo a pesquisa de Waiselfisz, divulgado pelo Programa de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), as vítimas eram, em sua maioria, pretas, do sexo masculino e foram atingidas por arma de fogo.
Capital
A Organização Não Governamental (ONG) Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Glória de Ivone (Cedeca) informa que o Tocantins é o 24º estado brasileiro em quantidade de homicídios de crianças e adolescentes e, entre as capitais, Palmas ocupa o 3º lugar no ranking de crescimento nesse tipo de homicídio entre 2003 e 2013: 299%, de acordo com o Mapa da Violência.
Segundo a ONG, os meios mais utilizados para cometer esses homicídios no Tocantins são armas de fogo, objeto cortante ou penetrante, estrangulamento e outros meios. (Jornal do Tocantins)
Aos 38 anos de idade, uma mãe que não deseja ser identificada perdeu o filho no interior do Tocantins. De acordo com ela, o jovem foi executado após cumprir pena no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) em Palmas. “Ele cometeu ato infracional aos 16 anos e foi apreendido por isso. Passou alguns meses no Case de Araguaína onde praticava atividades e frequentava a escola, mas logo foi transferido para o centro de Palmas e lá tiraram a humanidade do meu filho”, conta.
A mãe relata que após um ano e um mês no Case de Palmas, o filho foi para o interior do Estado, pois haviam dito que sua cabeça estaria a prêmio. “Ofereceram recompensa pela cabeça do meu filho. Dez dias após completar 18 anos, mataram ele com cinco tiros. Se ele estivesse envolvido com algo errado, por que não o prenderam? Pra que matar?”, questiona a mãe, ao relatar que ele não apresentou resistência ao ser abordado. “Ele já vinha falando que seria morto. Às vezes eu ia visitá-lo e o encontrava no mato, acuado, com medo de ser encontrado. Isso é devastador. Me sinto humilhada”, desabafa.
Estudo
Um estudo divulgado no fim de junho aponta o Brasil em terceiro lugar em homicídios de crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos. A série Mapa da Violência do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz apontou uma média de 29 crianças e adolescentes assassinadas por dia em 2013, último ano com dados disponíveis, um total de 10.520 homicídios. Os dados são do SIM do Ministério da Saúde.
Apesar de ser o estado com menor taxa de homicídios nessa faixa etária no país, o Tocantins possui dados considerados epidêmicos para as Organizações das Nações Unidas (ONU): são 11,4 homicídios por 100 mil adolescentes de 16 e 17 anos. De acordo com a ONU, o patamar é de 10/100 mil habitantes.
Segundo a pesquisa de Waiselfisz, divulgado pelo Programa de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), as vítimas eram, em sua maioria, pretas, do sexo masculino e foram atingidas por arma de fogo.
Capital
A Organização Não Governamental (ONG) Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Glória de Ivone (Cedeca) informa que o Tocantins é o 24º estado brasileiro em quantidade de homicídios de crianças e adolescentes e, entre as capitais, Palmas ocupa o 3º lugar no ranking de crescimento nesse tipo de homicídio entre 2003 e 2013: 299%, de acordo com o Mapa da Violência.
Segundo a ONG, os meios mais utilizados para cometer esses homicídios no Tocantins são armas de fogo, objeto cortante ou penetrante, estrangulamento e outros meios. (Jornal do Tocantins)
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