Bico do Papagaio 6 de outubro de 2016 - de Folha do Bico (Reprodução)
Barcos, canoas e balsas estão encalhados nos bancos de areia que se formaram com a baixa do rio Tocantins, em Tocantinópolis, extremo norte do estado. Os ribeirinhos que estavam acostumados a pescar bem perto da margem precisam percorrer até 200 km para encontrar os peixes. E lamentam poder caminhar em pontos que antes eram cobertos pela água.
O trecho do rio que fica perto da Usina Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão, é um dos mais afetados. Os pescadores contam que não encontram mais peixes e que nunca viram o rio assim. “Aqui perto a gente colocava a rede, jogava a tarrafa e conseguia pescar. Hoje como é que coloca rede se o rio está todo seco? O lugar onde a gente pescava conseguimos até caminhar”, disse Valmir.
Alguns precisam do peixe para o sustento da família, como o pescador Aldenor que se prepara para percorrer cerca de 100 km e ficar três dias no rio para encontrar o produto que lhe traz renda. “Agente vai porque a gente depende disso. Depende do rio, depende da pesca, tem que se aventurar e tentar a sorte”, lamentou.
Pedras no meio do rio que antes eram cobertas por cerca de 5 metros de água estão visíveis. Os barqueiros que fazem o transporte de pessoas e veículos para a outra margem do rio também estão sofrendo com a seca. Uma das balsas chegava a fazer 60 viagens por dia e agora fica o dia inteiro sem fazer nenhuma travessia. Os barcos menores ainda conseguem passar, mas precisam tomar cuidado para não bater em bancos de areia ou pedras.
O geógrafo e professor da Universidade Federal do Tocantins, Fábio Pessoa, afirma que, além do longo período de estiagem, a usina é um fator externo que piora a situação do rio. “Sendo pautada como única forma de progresso e de desenvolvimento. Elas vão acarretar em problemas que vão afetar o curso da água, vazão de rios, morte de nascentes e por aí vai”.
A usina hidrelétrica começou a operar em abril de 2011, das oito turbinas apenas duas estão em atividade, o que corresponde a 18% da capacidade total.
O gerente geral do Consórcio de Estreito Energia, João Rezek, diz que a baixa do nível do rio não tem relação com a usina. “A seca é natural do rio Tocantins, ela está influenciando todas as atividades do rio. E a Usina Hidrelétrica de Estreito é apenas uma instalação que utiliza a água que passa pelo rio. Então, neste caso nós estamos atuando na mesma condição que os demais usuários, com o mesmo tipo de prejuízo”.
A esperança dos pescadores que a chuva chegue rápido e devolva toda a vida que o rio Tocantins traz para as famílias da região. (G1)
Barcos, canoas e balsas estão encalhados nos bancos de areia que se formaram com a baixa do rio Tocantins, em Tocantinópolis, extremo norte do estado. Os ribeirinhos que estavam acostumados a pescar bem perto da margem precisam percorrer até 200 km para encontrar os peixes. E lamentam poder caminhar em pontos que antes eram cobertos pela água.
O trecho do rio que fica perto da Usina Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão, é um dos mais afetados. Os pescadores contam que não encontram mais peixes e que nunca viram o rio assim. “Aqui perto a gente colocava a rede, jogava a tarrafa e conseguia pescar. Hoje como é que coloca rede se o rio está todo seco? O lugar onde a gente pescava conseguimos até caminhar”, disse Valmir.
Alguns precisam do peixe para o sustento da família, como o pescador Aldenor que se prepara para percorrer cerca de 100 km e ficar três dias no rio para encontrar o produto que lhe traz renda. “Agente vai porque a gente depende disso. Depende do rio, depende da pesca, tem que se aventurar e tentar a sorte”, lamentou.
Pedras no meio do rio que antes eram cobertas por cerca de 5 metros de água estão visíveis. Os barqueiros que fazem o transporte de pessoas e veículos para a outra margem do rio também estão sofrendo com a seca. Uma das balsas chegava a fazer 60 viagens por dia e agora fica o dia inteiro sem fazer nenhuma travessia. Os barcos menores ainda conseguem passar, mas precisam tomar cuidado para não bater em bancos de areia ou pedras.
O geógrafo e professor da Universidade Federal do Tocantins, Fábio Pessoa, afirma que, além do longo período de estiagem, a usina é um fator externo que piora a situação do rio. “Sendo pautada como única forma de progresso e de desenvolvimento. Elas vão acarretar em problemas que vão afetar o curso da água, vazão de rios, morte de nascentes e por aí vai”.
A usina hidrelétrica começou a operar em abril de 2011, das oito turbinas apenas duas estão em atividade, o que corresponde a 18% da capacidade total.
O gerente geral do Consórcio de Estreito Energia, João Rezek, diz que a baixa do nível do rio não tem relação com a usina. “A seca é natural do rio Tocantins, ela está influenciando todas as atividades do rio. E a Usina Hidrelétrica de Estreito é apenas uma instalação que utiliza a água que passa pelo rio. Então, neste caso nós estamos atuando na mesma condição que os demais usuários, com o mesmo tipo de prejuízo”.
A esperança dos pescadores que a chuva chegue rápido e devolva toda a vida que o rio Tocantins traz para as famílias da região. (G1)
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