20 novembro 2013

Marcelo Miranda aguarda posse no Senado

O ex-governador e senador eleito Marcelo Miranda (PMDB) foi impedido de exercer o mandato de senador para o qual foi eleito em 2010, numa estranha rejeição das suas contas. Marcelo obteve 340.931 mil votos ou 25,41% dos votos válidos naquelas eleições e conquistou a segunda das duas vagas reservadas ao Estado no Senado Federal. O fato pode torná-lo inelegível e sem garantia de legenda para disputar as eleições. Ainda assim ele se mantém como pré-candidato mais bem avaliado na corrida pelo Palácio Araguaia, segundo pesquisas de intenção de voto de institutos insuspeitos que trabalham para o governo.



Nada parece abalar a confiança do eleitor no ex-governador, nem mesmo as informações alardeadas por governistas de que ele é inelegível. Se ainda não tem garantia de que pode ser candidato, situação pior já esteve. O Recurso Contra Ex­pedição de Diploma (Rced) que cassou o seu mandado e o deixou inelegível caiu, foi considerado in­constitucional pelo Tribunal Su­perior Eleitoral (TSE) e não tem mais valor. Se o governador Siquei­ra Campos (PSDB) não corre mais o risco de ter o mandato cassado pe­lo Rced, Marcelo também não po­de mais ser punido por um instrumento jurídico que perdeu sua validade.

Marcelo se mantém confiante. Afirma que será candidato a governador pelo PMDB e revela que so­nha voltar ao Palácio Araguaia para dar continuidade ao projeto de trans­for­mação do Tocantins. O ex-gover­na­dor denuncia que há um rolo compressor do governo para lhe impedir de ser candidato, mas reage com tranquilidade à pressão governista e diz que isso se deve a aceitação po­pular do seu nome. Marcelo Miranda ga­rante que está preparado para a missão e confiante no futuro do Tocantins.

O ex-governador faz duras críticas ao governo Siqueira Campos, que culpou os gestores anteriores pelos problemas encontrados, mas conseguiu piorar aqualidade dos serviços prestados pelo Estado. Marcelo a­ponta a falta de investimentos em o­bras de infraestrutura, como rodovias, recuperação de estradas, melhoria no atendimento a saúde. “O Tocantins vive um caos administrativo inexplicável que fragiliza a atração de empreendedores, o que é grave para um Estado ainda muito dependente dos repasses do governo federal,” questiona o ex-governador, alertando que o Tocantins corre risco de retrocesso por incompetência do governo.

Marcelo ainda precisa resolver pendências jurídicas e acertar divergências internas no PMDB para ter garantia de que será candidato, bem como dispor de uma legenda forte para bancar seu projeto político. Se con­seguir furar o bloqueio do siqueirismo, que tenta tirá-lo da disputa por meio de questionamentos e re­cur­sos na Justiça para protelar decisões, será um candidato quase imbatível.

No meio político seu nome enseja credibilidade. “Para a democracia do nosso Estado seria importante Marcelo Miranda ser candidato”, declara o deputado petista José Roberto Forzani, para quem a presença do peemedebista no processo qualifica o debate. O deputado reforça que o PT tem candidato próprio ao governo e que aliança com o PMDB poderá ficar para o segundo turno. “Não fizemos nenhum debate com o PMDB, e como temos candidato próprio vamos lutar para que o PMDB, desta vez, apoie o nosso candidato”, frisa.

“É um nome forte, decisivo, que já tem uma penetração no contexto estadual muito grande,” comenta o deputado Eli Borges (Pros), que avalia que a supressão de instância no julgamento do processo do ex-governador ajuda muito na definição de sua candidatura. O deputado afirma que a presença do peemedebista na disputa de 2014 reforma a convicção de vitória das oposições.

Eli Borges comenta que o Pros tem compromisso com a candidatura do suplente de senador Ataídes Oliveira, mas que o partido está aberto ao diálogo com outras legendas de oposição com vista à formação de alianças para derrotar o governo. Borges afirma categoricamente que as oposições têm força para vencer o candidato governista e assumir o Tocantins com um projeto popular de desenvolvimento do Estado e aponta o nome do ex-governador como indispensável nesta luta.

“O que eu quero dizer é que o Marcelo Miranda é o nosso governador, não tenho dúvidas da sua eleição. Você veja aí nas pesquisas que ele tem 59% de intenção de voto do nosso povo, 59% da população do Tocantins é Marcelo Miranda, enquanto o seu adversário tem 59% é de rejeição”, observa o deputado Manoel Queiroz (PPS), ao comentar o resultado das pesquisas internas a que teve acesso. Queiroz enfatiza que antes tinha dúvidas da possibilidade de o ex-governador ser candidato, hoje, depois do Rced ser considerado inconstitucional, não tem mais.

“Na realidade precisaríamos ter um esclarecimento maior sobre este processo que envolve o ex-governador Marcelo Miranda do ponto de vista da legalidade da sua candidatura”, observa o deputado José Augusto Pugliesi (PMDB), que avalia que há muitas interpretações conflitantes neste processo e pouca clareza. O deputado fez questão de ressaltar que não se trata de medir a legitimidade popular, mas até que ponto a legalidade não vai influenciar no desenvolvimento da campanha. Ele lembra que recentemente um juiz julgou que o ex-governador não estaria apto sequer para ser presidente de um partido porque em tese trabalha com recursos públicos.

“O mais importante para nós do PMDB é que temos a convicção que vamos eleger o próximo governador do Estado. Natural­mente o ex-governador Marcelo Miranda nunca teve dificuldade nenhuma para ser o candidato a governador. Os únicos questionamentos são de ordem jurídica e naturalmente estão sendo sanadas”, explica o deputado, avaliando que o cenário é altamente positivo para Marcelo Miranda não só disputar as eleições, como vencer o pleito.

Se assumir a cadeira no Senado para o qual foi eleito e não pôde tomar posse, Marcelo Miranda tem condições de mudar radicalmente o cenário político do Estado e se tornar um candidato quase imbatível ao governo. A posse como senador desequilibra a correlação de forças no Congresso Nacional a favor da oposição, que passaria a contar com os três senadores — Marcelo Miranda (PMDB), Kátia Abreu (PMDB) e João Ribeiro (PR) — e pelo menos cinco dos oito deputados federais: Lázaro Botelho (PP), Osvaldo Reis (PMDB), Júnior Coimbra (PMDB), Irajá Abreu (PSD) e César Halum (PRB).

No Senado Marcelo Miranda terá condições de articular politicamente as forças de oposição para contrapor o uso da máquina administrativa pelo governo, diga-se de passagem, um instrumento eficientíssimo de cooptação de prefeitos da oposição. A ascensão de Marcelo encerra o mandato de Vicentinho Alves (SDD), o terceiro candidato ao Senado mais votado que vem ocupando a vaga. O governo perde um dos senadores mais bem articulados em Brasília. A oposição ganha mais um senador.

Para a deputada Josi Nunes (PMDB), a posse de Marcelo Miranda no Senado restabelece a verdade das urnas e devolve o mandato a quem de direito deve exercê-lo. “Marcelo Miranda, eleito pela vontade popular, foi impedido injustamente de exercer o mandato e só agora está conseguindo, o que será uma vitória dele próprio e do PMDB”, discursa a deputada ao avaliar a possibilidade do líder peemedebista ocupar a cadeira para a qual foi eleito.

O deputado Manoel Queiroz avalia que a posse de Marcelo Miranda no Senado fortalece a oposição e o seu projeto político de voltar ao comando do Estado. “Em Brasília, Marcelo Miranda além de lutar por mais recursos para o Estado tem condições de assumir a liderança das oposições no sentido de marcharem unidas com vistas a derrotar o candidato do governo”, aposta o deputado, defendendo a união das oposições.

“Não vejo mais o impedimento do ex-governador Marcelo Miranda de ser candidato. Nós vemos pela manifestação da mais alta corte que ele pode assumir o Senado. Portanto não há mais nenhum impedimento. Depois do julgamento que considerou o Rced inconstitucional quem pegou carona foi o governador atual do Tocantins (Siqueira Campos) por considerar que é o mesmo (caso do) processo da governadora do Maranhão (Roseana Sarney) e também o do Marcelo Miranda, portanto está livre, desimpedido”, discursou o deputado Manoel Queiroz, que se diz convencido que Marcelo Miranda será o próximo governador do Tocantins.

Por que o nome do ex-governador é lembrado como a melhor opção para comandar o governo do Estado por um segmento tão significativo da sociedade tocantinense? Em primeiro lugar pelas suas realizações. Marcelo fez um governo democrático com forte parceira com os municípios, ações interiorizadas e visão moderna. Conseguiu realizar grandes obras de infraestrutura, desenvolveu uma ousada política de atrativo de investidores e deixou uma marca de governo humano que atende os pequenos. Fez um governo modernizante que levou o Estado a crescer à taxa de 7% ao ano, muito acima da medida brasileira.

Mas também seguramente pelo fraco desempenho do governo Siqueira Campos, que ainda não mostrou a que veio. Neste último semestre resolveu mostrar serviço e tem algum resultado, mas insuficiente para servir de aval para qualquer candidato. Esse resultado, em vez de ajudar, tira voto do candidato governista. Neste cenário Marcelo Miranda ainda é o melhor nome para retomar o desenvolvimento do Estado, segundo as manifestações populares. (Jornal Opção)

(Folha do Bico - Postado por Agência Araguaia CAPC em 19 de novembro de 2013 em Tocantins)

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