Fonte: AF Notícias - Da Redação - 21/05/14 08h03
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Eduardo Siqueira foi presidente do Conselho de Administração do Igeprev
SAIBA MAIS
Deve ser iniciada esta semana a investigação sobre o rombo milionário nas contas do instituto que assegura a aposentadoria dos servidores do Tocantins, o Igeprev. A expectativa é que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), seja instalada hoje (21) na Assembleia Legislativa, o que precisaria de pelo menos três dos cinco membros.
A comissão é formada pelos deputados Carlão da Saneatins (PSDB), Stalin Bucar (SD) e Wanderlei Barbosa (SD) da base governista, além de Sargento Aragão (PROS) e Zé Roberto (PT) da oposição. Na primeira reunião, serão decididos o presidente, vice-presidente e o relator da CPI.
Os deputados da oposição Zé Roberto e Aragão garantiram que estarão na sessão. O deputado Zé Roberto afirmou que, com a instalação da CPI, a intenção é tentar aprovar algumas oitivas ainda essa semana. “Eu e o Aragão estamos pesquisando alguns nomes de ex-dirigentes e possíveis envolvidos nas ações dentro do instituto. Ainda é cedo para divulgar nomes, porque não fizemos todo o levantamento.” Aragão ressaltou que só precisa haver quórum para o início das atividades. “Se for instalada a CPI faremos a sessão inaugural”, disse.
A grande dúvida, e maior expectativa, reside na indagação se a CPI irá convocar os ex-presidentes do Conselho de Administração para prestar depoimento, a exemplo do atual Secretário de Administração, Lúcio Mascarenhas, e do ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos. Eles eram os grandes responsáveis pela aprovação das aplicações temerárias que resultou no rombo milionário. Segundo informações de lideranças, os deputados governistas podem blindar e impedir a convocação de Eduardo.
Além deles o deputado Wanderlei Barbosa (SD), da base governista, ressaltou que estará presente na sessão de hoje. “Abre-se uma CPI para fiscalizar e buscar elucidar os fatos para a sociedade. Com certeza vamos sair dessa comissão com uma resposta conclusiva no relatório.”
Já o deputado Stalin afirmou ontem que não estará presente na sessão de hoje. “Eu já tinha alguns compromissos agendados.” Segundo ele, a instalação deve ficar para a próxima quinta-feira.
Irregularidades
A suspeita é que o rombo no Instituto ultrapasse meio bilhão de reais. Apenas um relatório do Ministério da Previdência Social (MPS) mostrou perda de R$ 153 milhões em investimentos aplicados em fundos temerários e a transferência irregular de, pelo menos, R$ 35 milhões em recursos do Fundo Previdenciário para o Plansaúde.
Aplicações nos fundos dos doleiros
De 2010 a 2012, há aplicações em quatro fundos indicados pela quadrilha chefiada pelo doleiro Faiyed, que totalizaram R$ 271 milhões. Em dois meses, as aplicações feitas em fundos indicados pela empresa do doleiro deram um prejuízo ao Igeprev de R$ 70 milhões. Além do mais, o Igeprev aplicou R$ 298 milhões nos Bancos BVA e Rural, liquidados pelo Banco Central, aumentando o prejuízo do fundo de aposentadoria dos servidores do Tocantins.
Esta semana a Revista Veja também mostrou que o Igeprev foi um dos institutos que abasteceu o esquema do doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Dos R$ 23 milhões aplicados em uma de suas empresas, R$ 12 milhões foram só do só do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev).
Essas irregularidades devem ser sanadas para que o Estado possa obter a renovação do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), vigente até o próximo dia 7 de junho.
(Com informações do Jornal do Tocantins)
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