Direto de Brasília
Cinco dias após a prisão dos primeiros réus do mensalão, a presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação humanitária e pessoal, segundo ela própria, com a saúde do deputado federal José Genoino. Em entrevista a rádios religiosas de Campinas, Dilma foi surpreendida por uma questão sobre o mensalão, mas não fez comentários a respeito da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu me manifestei sobre a saúde do deputado Genoino. Primeiro porque eu sei das condições de saúde dele, sei que toma anticoagulante. E, ao mesmo tempo, tenho relação pessoal com a família do Genoino”, afirmou a presidente. “Estive encarcerada com a mulher do Genoino no período da ditadura militar”, completou.
Na última segunda-feira, em encontro com líderes governistas no Senado, Dilma disse que a situação de Genoino “é crítica” e repreendeu também o advogado do deputado, Luiz Fernando Pacheco. Na ocasião, a presidente disse que ele “foi mole” ao não ter conseguido prisão domiciliar para seu cliente mesmo tendo em mãos um laudo que atestava a situação de saúde de Genoino. “Manifestei minha preocupação com ele em caráter estritamente pessoal”, explicou Dilma hoje às rádios.
Sobre a condenação dos réus do mensalão e as primeiras prisões executadas, Dilma se amparou na Constituição Federal e disse que os poderes são independentes. “Não me permito, como presidenta da República, fazer qualquer observação, análise ou avaliação sobre atos do Poder Judiciário. Em especial às decisões do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
A presidente falou ainda que “é conduta exigida dos presidente dos poderes” o respeito ao outro poder. “Enquanto eu for presidente, não faço análise crítica de sentenças da Suprema Corte do meu País”, garantiu. Dilma ponderou, no entanto, ter convicções pessoais, que não serão expressas publicamente enquanto ela ocupar a cadeira presidencial.
José Genoino teve um pico de pressão alta quando era transportado de São Paulo para Brasília e também passou mal durante os seus primeiros dias encarcerado. Ele cumpre inicialmente pena de quatro anos e oito meses de prisão em regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa. Genoino recorre ainda contra o crime de formação de quadrilha. Se perder, sua pena passa para seis anos e 11 meses mais multa de R$ 468 mil, também em regime semiaberto.
(Jornal Pequeno)
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