Eles deram a Sandoval Cardoso, Marcelo Miranda, Kátia Abreu e Eduardo Gomes um total de R$ 1,8 milhão
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Cleber Toledo/C
Da Redação
Pelo menos três doadores de recursos para as campanhas eleitorais do Tocantins já foram citados em denuncias de irregularidades, conforme pesquisa feita pelo CT. São elas as construtoras OAS S/A e Andrade Gutierrez, além da Fiagril e seu proprietário, Marino José Franz, ex-prefeito de Lucas do Rio Verde (MT). No total, elas doaram R$ 1,8 milhão a candidatos tocantinenses, principalmente para a senadora Kátia Abreu (PMDB), que recebeu delas R$ 1,7 milhão.
São várias as citações da OAS e Andrade Gutierrez em denúncias. Em uma delas, as duas estão juntas, numa investigação do Minsitério Público de São Paulo sobre fraude em licitação do metrô da capital paulista. Em março de 2012, a Justiça chegou a aceitar denúncia contra executivos de 12 construtoras, entre elas as doadoras de campanha no Tocantins OAS e Andrade Gutierrez.
Em julho de 2012, o Ministério Público Federal denunciou criminalmente oito executivos ligados ou que já pertenceram aos quadros das empreiteiras Mendes Júnior e OAS sob a acusação de desvio de dinheiro da obra da Avenida Água Espraiada, hoje rebatizada de Jornalista Roberto Marinho, na zona sul da capital paulista. O crime teria acontecido durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf (1993/1996). Segundo a denúncia, parte dos recursos foi enviada para contas em paraísos fiscais em favor de Maluf.
COMO DOARAM AS EMPRESAS/PESSOA CITADAS EM IRREGULARIDADES KÁTIA ABREU - OAS S/A.....R$ 950 mil - Andrade Gutierrez...R$ 300 mil, via diretório nacional do PMDB - Fiagril.......R$ 250 mil - Marino José Franz....R$ 200 mil Total........................R$ 1,7 milhão MARCELO MIRANDA OAS S/A.................R$ 50 mil SANDOVAL CARDOSO Andrade Gutierrez..............R$ 42.372,00 EDUARDO GOMES Andrade Gutierrez..............R$ 7.628,00 TOTAL GERAL DOADO.........R$ 1,8 milhão |
A Andrade Gutierrez, junto com a Camargo Corrêa, também aparece em denuncia do Ministério Público Federal de irregularidades na construção do Metrô de Salvador, em 2009. As duas empreiteiras são acusadas de suposta formação de cartel e de quadrilha e fraudes no processo de licitação das obras do metrô da capital baiana.
Como doaram
Na campanha eleitoral do Tocantins deste ano, a construtora OAS é a segunda maior doadora desse segmento da construção civil, com um volume de R$ 1 milhão. Foram R$ 50 mil para o candidato a governador Marcelo Miranda (PMDB) e outros R$ 950 mil para campanha de reeleição da senadora Kátia Abreu.
A empreiteira Andrade Gutierrez doou R$ 350 mil. O governador Sandoval Cardoso (SD) recebeu R$ 42.372,00; o candidato a senador Eduardo Gomes (SD), R$ 7.628,00; e Kátia Abreu, R$ 300 mil, repassados a ela através do diretório nacional do PMDB.
Prejuízos de R$ 100 milhões
Um inquérito da Policia Judiciária Civil de Mato Grosso investigou possíveis prejuízos que poderiam passar de R$ 100 milhões aos cofres de Lucas de Rio Verde (MT) e do governo do Estado, envolvendo a Fiagril, empresa do setor de fertilizantes e defensivos, cujo proprietário é o empresário Marino José Franz, ex-prefeito da cidade matogrossense.
A imprensa de Mato Grosso afirma que a fraude ocorreria a partir da emissão de notas de produtos agrícolas que não existiriam. O objetivo da falsificação seria sonegar impostos. As investigações apontariam mais de 800 notas fiscais fraudadas.
Como a empresa doou
Na campanha eleitoral do Tocantins, a Fiagril doou R$ 250 mil e seu proprietário, Marino José Franz, mais R$ 200 mil para a campanha da senadora Kátia Abreu.
O outro lado
A Assessoria de Imprensa da coligação "A Mudança que a Gente Vê" afirmou que as doações para os candidatos Sandoval Cardoso e Eduardo Gomes foram repassadas pelo comitê nacional do PSDB para compensar possíveis gastos com a campanha do presidenciável Aécio Neves.
O comitê financeiro do PMDB afirmou em nota que, "diferentemente da campanha milionária realizada por determinados candidatos", a campanha da coligação “A Experiência Faz a Mudança” é "modesta e em conformidade com uma candidatura que conta essencialmente com a vontade do povo para se propagar de norte a sul do Estado".
A coligação admitiu a doação "de apenas R$ 50 mil da OAS Construtora S/A" e que a empresa, "ainda que investigada em processos em andamento, como tantas outras empresas do Brasil, não possui nenhum tipo de condenação ou impedimento por parte do Poder Judiciário, o que torna a doação legal, transparente e dentro da normalidade do sistema eleitoral".
A senadora Kátia Abreu não se manifestou sobre as doações até o fechamento desta matéria.
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