15 de maio de 2014 em Pará - De: Folha do Bico
O setor produtivo está apostando no derrocamento para dinamizar a economia regional. A Associação de Produtores de Soja do Mato-Grosso (Aprosoja-MT), por exemplo, entende que Marabá pode ser a porta de saída da soja produzida no vizinho Estado.
Quem explica é o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro: “O mundo inteiro transporta seus comodites através de hidrovia. Não dá pra comportar minério e nem grãos em cima de caminhões. Não podemos desperdiçar a dádiva divina de ter rios navegáveis para ganhar competitividade. Não dá pra admitir também numa obra como Tucuruí (usina hidrelétrica) a eclusa ficar pronta e não poder ter acesso por falta do Pedral do Lourenço”, afirmou.
A ideia dos produtores do Mato Grosso, em parceria com as associações comerciais dos municípios da região, é que a soja produzida em Confresa (MT), entre no Pará pela Rodovia BR-158, depois pela BR-155, até chegar a Marabá e de lá até Barcarena, em transporte pela hidroviária. Já o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), Gilberto Leite, e o prefeito de Marabá, João Salame, já deixaram claro também a importância do derrocamento para a região, embora observem que as questões ambientais e sociais precisam ser exaustivamente trabalhadas.
Gilberto e Salame observam que a abertura da hidrovia dará ao setor produtivo e ao poder público a possibilidade de retomarem os debates com a Vale sobre a construção da Aços Laminados do Pará (Alpa), pois o canal de navegação terá condições de escoar a produção e também de receber o carvão mineral usado na fábrica de aços, que virá da Austrália ou de Moçambique.
PROTESTO
Pescadores que vivem e trabalham na área de influência do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins, afirmam que vão protestar caso o pedral seja implodido sem que eles sejam ouvidos pelo poder público e tenham suas reivindicações atendidas. São cerca de cinco mil pescadores que temem ter suas atividades prejudicadas pela abertura da Hidrovia do Tocantins. “Não é que a gente seja contra a criação da Hidrovia. Nós somos contra a posição do governo, de não ter sentado com o setor da pesca. A gente entende que, depois que abrir o canal, ninguém vai conversar mais e é o fim do setor pesqueiro”, afirma Zacarias da Silva, presidente da Colônia de Pescadores Z-58, de Nova Ipixuna.
Ainda de acordo com Da Silva, os pescadores têm três reivindicações básicas: desapropriação de áreas para criatórios de peixe em açudes, pensão vitalícia para pescadores e cursos profissionalizantes para os filhos e filhas desses trabalhadores.
Da Silva adiantou que provavelmente no domingo (18), será realizado um grande ato público em Itupiranga, em protesto contra o descaso em relação ao setor. Depois disso, outras manifestações devem ocorrer também em Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Goianésia do Pará, Jacundá e também em Marabá.
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