14 abril 2014

GPS de viatura confirma versão de jovem sobre estupro em Marabá-PA, diz delegada

11 de abril de 2014 - Folha do Bico


Ilustração


A Corregedoria da Polícia Civil deve concluir a primeira fase do inquérito sobre o caso do possível estupro de policiais contra uma adolescente em Marabá, sudeste do Pará. Através do GPS da viatura dos policiais foi constatada a contradição nos depoimentos. De acordo com a Corregedoria, depois que o procedimento for concluído e se for atestada a culpa dos policiais, eles serão demitidos e devem responder judicialmente.

O crime teria ocorrido no dia 11 de janeiro e a denúncia foi feita pela própria vítima, que procurou uma delegacia especializada no município de Redenção. A versão da adolescente, que disse ter passado mais de 15 minutos em um hotel, onde teria sido abusada pela segunda vez, coincidiu com o tempo do GPS, que foi de 18 minutos.


“De imediato foi instaurado pela Delegacia de Crimes Funcionais um inquérito policial, que já está em fase de conclusão. O inquérito está muito rico em detalhes, não só pelos depoimentos, mas pelas provas dos autos. Uma das provas é justamente o relatório do sistema rastro, um sistema de rastreamento que todas as viaturas, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, possuem e isso fez com que as informações prestadas pela vítima tivessem sido confirmadas”, afirmou Cristiane Ferreira, delegada adjunta da Polícia Civil.


Na última quinta-feira (10) foram ouvidos os três policiais envolvidos no caso. A Corregedoria também investiga a atitude do delegado que estava de plantão no dia do ocorrido, já que ele prendeu uma menor de idade, sem ser um flagrante, na qualidade de testemunha, e não acionou o Conselho Tutelar.


“Eles [policiais] foram indiciados. Eles estão trabalhando, mas hoje estarão assinando a portaria de transferência, eles não mais ficarão na superintendência de Marabá. Eles ainda não podem ser afastados porque o processo administrativo está em apuração. Era importante para a investigação que eles continuassem lá para que nós não corrêssemos o risco de perder algumas provas”, explicou a delegada.

Ainda de acordo com a delegada Cristiane, os dois policiais suspeitos de estuprarem a adolescente negam a acusação. Já o delegado reconheceu a sua conduta.


“Dois foram indiciados por estupro, no caso o investigador e o escrivão. O delegado de polícia também foi indiciado por dois artigos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, ele apreendeu a adolescente sem ela cometer um ato infracional e a colocou em uma carceragem. Ele [delegado] está indiciado e também vai ser afastado. As condutas são individualizadas”, esclarece a delegada.

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